O Nazismo É Bem Mais Sinistro Do Que Direito
“Nós somos socialistas, inimigos do atual sistema econômico capitalista de exploração dos economicamente frágeis, com seus salários injustos, com sua avaliação indecorosa do ser humano segundo a riqueza e a propriedade, em vez de responsabilidade e desempenho, e estamos determinados a destruir esse sistema, sob qualquer condição”.
Adolf Hitler (grifos meus)
Em 1927, há mais de um lustro de anos no Partido Nazista, o próprio Adolf Hitler (1889–1945) escreveu esta auto-análise descritiva de sua ideologia nacional-socialista, pangermânica e racialista, logo após a saída da prisão. Mesmo estando ainda longe de sonhar com o poder total — que seria adquirido pelo Partido Nazista na Alemanha, em 1933 —, desde os primórdios já estava bem claro, nas confissões e programas dos líderes e idealizadores nazistas, as mutações socialistas que eles realmente eram, descrevendo o núcleo ativo das suas ideologias e dos movimentos políticos revolucionários que representavam em épocas de desespero nacional do pós-guerra (ambientes propícios a toda sorte de revoluções).
Esta afirmativa explicita o que foi o Nazismo e a sua essência como movimento revolucionário, nacionalista, centralizador e alegadamente anticapitalista (melhor dizendo: do capital quando este está fora das mãos deles, obviamente… Como qualquer discurso de “virtuosos” esquerdistas, socialistas e comunistas em geral, que como sempre, estão “preocupadíssimos” com o bem alheio comum [desde que depositem o máximo poder em suas mãos]; e os incautos, ignorantes, idiotas e alienados acreditam). Além, é claro, de um movimento essencialmente socialista e dirigente de toda uma nação, constante elevador de seu próprio poder e manipulador até das mais mínimas condutas individuais da população, que foi Nazismo, algo que ficará mais claro adiante.
Observa o que dizia este trecho da Plataforma do Partido Nazista, nos seus primórdios, em 1920, escrita por Adolf Hitler e pelo político ideólogo e fundador do “Partido dos Trabalhadores Alemães” (que depois da entrada do Hitler, o filiado número 555, veio a se transformar no “Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães”, o “PT Alemão”, o “Partido Nazista”), Anton Drexler (1884–1942):
“O Estado deve ter como meta prioritária oferecer os meios de sustento para seus cidadãos, a abolição de todas as receitas não adquiridas com trabalho, o confisco implacável de todos os lucros de guerra, a nacionalização de todos os negócios que se transformaram em corporações, o compartilhamento de lucros e grandes empresas, o desenvolvimento maciço de uma pensão para a velhice e uma reforma agrária apropriada às necessidades nacionais”.
Plataforma do Partido Nazista (grifos meus)
E aí? O que te parece, leitor, estas propostas destes auto-declarados socialistas teutônicos? Este Socialismo de cunho nacionalista não está bem parecido com as pautas oferecidas pelas dezenas de partidos de Esquerda (socialistas (Ex: PT), comunistas (Ex: PC do B), progressistas (Ex: PSOL), social-democratas (Ex: PSDB), sindicalistas (Ex: Solidariedade)) que imperam no Brasil pós 1980? A arte de qualquer ciência — inclusive (e especialmente) na Ciência Política — começa com uma excelente classificação linguística e ontológica das espécies e categorias que contenham seus objetos de estudo da realidade, senão tudo já desanda e vira bate-boca, achismo, mentiras e caos, com aquela invariável palpitaria infernal.
Nos dias em que passam estas nossas vidas, infelizmente se faz obrigatório lembrar o óbvio ululante: os vocábulos “Esquerda” e “Direita”, na Política, já nasceram como metáforas (idéias e políticas que estão associadas às posições físicas de seus donos humanos no parlamento francês do século XVIII durante a Revolução Francesa). Categorias semióticas que são também símbolos lingüísticos metonímicos devido à comum troca dos seus signos pelos seus agentes reais (“A Esquerda fez isso…”; “A Direita fez aquilo…”); algo que é normal desde que saiba de que se trata de uma figura de linguagem. Tudo isso faz com que a sua generalidade seja grande e que a sua mutabilidade de significados seja alta com o transcorrer dos eventos e anos, podendo chegar até mesmo em inversões de significado, como ocorreu com o termo “liberal” nos Estados Unidos que virou sinônimo de “leftist” (“esquerdista”). O que é oposto ao “liberal” político direitista, no Brasil, que nos EUA é “classical liberal”.
A Pragmática é a parte da Lingüística que estuda o surgimento de vários sentidos semânticos a diversas palavras e expressões, em variadas culturas, no decorrer do tempo. Tal fenômeno da língua aconteceu com os signos espaciais franceses, “esquerda” e “direita”, que nasceram da associação entre o posicionamento em que parlamentares de determinadas correntes políticas escolhiam costumeiramente se assentar e as suas idéias e defesas, tanto na Assembléia Nacional Constituinte Francesa quanto, posteriormente, na Assembléia Nacional Legislativa Francesa, durante a Revolução na França.
Estas posições destas correntes foram transformadas em signos políticos concatenadores de idéias e posicionamentos ideológicos da “Esquerda” (um saco de gatos, majoritariamente constituído por revolucionários iluministas, com ideais republicanos, visando erguer uma nova França sobre os escombros e restos mortais da velha para o advento de um alegado futuro promissor a todos, que eles juravam representar fidedignamente). E até neste entendimento histórico há erros graves atuais; como achar que os girondinos são iguais a direitistas comuns de hoje (que basicamente são formados por liberais e conservadores), sendo que eles estavam mais para a Esquerda e Extrema-Esquerda ou, em parte e em algumas esparsas defesas, ao que seria a (conceitual, raríssima e real) Extrema-Direita política atual: libertários, anarcocapitalistas e anarquistas, do que para a Direita (conservadora ou liberal).
Os principais representantes políticos da Esquerda (no início da convocação dos Estados Gerais, em maio de 1789) eram o Clube Jacobino (em 1789), Clube dos Cordeliers (em 1790) e o Clube Girondino (em 1791). Já os principais representantes da “Direita” (outro saco de gatos, majoritariamente constituída por reacionários reformistas, com ideais monárquicos, visando a estruturação de uma nova França que conservasse os bons frutos da velha para o advento de um país melhor, em se comparado ao passado referenciador) — como hoje poderíamos alocar especialmente os conservadores (e muitos liberais moderados) — eram agremiações desconhecidas de hoje em dia. Os primordiais e genuínos representantes deste Direitismo eram o Clube Bretão (em 1789), o Clube Monarquista (em 1789), o Clube Sociedade Patriótica de 1789 (em 1790) e, o sucessor destes, o Clube dos Feuillants (em 1791).
Após a violenta Jornada de 10 de Agosto de 1792, os Clubes das antigas Direitas das Assembléias Nacionais (monarquistas, conservadoras, reformistas e reacionárias) foram extintos e houve uma nova prisão do Rei Luís XVI. Estes eventos desaguaram na Convenção Nacional. Aqui praticamente só restam as correntes políticas esquerdistas, tanto nos locais esquerdos quantos nos direitos do Parlamento (ambas correntes políticas remanescentes iluministas e ideológicas de uma nova França, assentadas fisicamente “à esquerda” e “à direita” do púlpito). Todos eles esmagadoramente compostos por revolucionários e republicanos com ideais “liberais iluministas” e suas conseqüências óbvias destrutivas e autofágicas (que pouco tinham a ver com os liberais clássicos atuais e as poucas interseções que existiam, em grande medida, eram muito mais revolucionárias que as posições de liberais direitistas doutrinários de hoje em dia).
Ou seja, só havia basicamente na esquerda (espacial) do Parlamento da França, Extremas-Esquerdas e Esquerdas, entre os jacobinos e cordeliers (com viés revolucionários mais extremistas, tirânicos, anticlericais, centralizadores, coletivistas e iluminados, tais quais os socialistas, progressistas e comunistas do Espectro Político da Esquerda atual); e na direita (espacial) do Parlamento, os girondinos (com viés revolucionários mais moderados, também arraigadamente anticlerical e com um governo dirigente, positivista e centralizador, tais quais algumas alas social-democratas das Esquerdas de hoje, e permeados com alguns ideais revolucionários liberais e individualistas (em tese, apenas na retórica de alguns dos discursos de seus partidários), como existem em todos os libertários, anarcocapitalistas e anarquistas do Espectro Político da Direita e da Extrema-Direita — esta raríssima — de tempos atuais).
Os girondinos que no seu início eram da Esquerda Francesa — revolucionária, libertária, anticlerical e republicana — na época das Assembléias Nacionais, Constituinte e Legislativa, depois viraram a “Direita” Francesa liberal iluminista — quando só restavam revolucionários e republicanos — na época da Convenção Nacional). Na sua fase final (até serem destruídos pelos extremos-esquerdistas jacobinos) os girondinos representavam uma corrente revolucionária, positivista, dirigente, anticlerical e, nos seus discursos pela Democracia, douravam seus idealismos com certas visões libertárias e, às vezes, até mesmo, quase anarquistas (nos conceitos atuais se situariam massivamente mais à Esquerda do Espectro Político e, em parte, na Extrema-Direita [nas abstrações ideias]). Os extremos-esquerdistas e esquerdistas franceses da época da Convenção mostravam as suas essências socialistas, comunistas, anticristãs e revolucionárias a todo tempo (tanto jacobinos e cordeliers quanto girondinos em muitas medidas). Algo que se mantém até hoje na Extrema-Esquerda — tanto socialista e comunista, como na dita progressista.
Corroborando com isso, pode-se extrair mais da obviedade que é saber que o Nazismo em nada, absolutamente nada, tem a ver com um rótulo de “Extrema-Direita” (que, novamente, só é possível existir em teoria)— o mesmo que socam levianamente a Trump, Farage (Brexit), Bolsonaro, Mussolini, Regime Militar, entre outros espantalhos e epítetos inventados e deformados pela hegemonia cultural e gramsciana patológica da Esquerda no Mundo Ocidental e no Brasil desde os anos 60. E muito menos o Nazismo tem a ver com a “Direita”. E dizer que nazistas eram inimigos de comunistas em nada nega as similaridades ideológicas de ambos. Em certos períodos revolucionários podem ser amigos ou inimigos mortais. O Pacto Ribbentrop-Molotov de 1939 e inúmeras ajudas de comunistas a nazistas nos anos anteriores, já mostravam o quanto isso é falho. Robespierre guilhotinou o ex-camarada Danton; Stálin perseguiu até assassinar, a picaretadas, o ex-companheiro Trótski… Não há nada mais que um revolucionário odeie, do que um outro revolucionário divergente dele.
Nas categorias, os nazistas têm praticamente todos os elementos comuns às Esquerdas: Revolucionarismo, Estatismo, Socialismo, Dirigismo, Coletivismo, Centralismo, Intervencionismo, Positivismo, Burocratismo, entre outros. O seu Nacionalismo (este sendo um elemento muito comum às Direitas) arraigado e Racialismo doentio não são indexações fixas a correntes políticas algumas, são elementos que tanto esquerdistas quanto direitistas já usaram, e muito, ao longo da História. Mas usar conceitos complexos políticos de forma distorcida, como xingamentos, é algo corriqueiro entre esquerdistas e revolucionários, desde as décadas de 1920 e 1930.
“Leon Trotsky, o cofundador do Estado soviético, foi chamado de “agente nazista” e líder de um fracassado “golpe fascista” no momento em que Stalin decidiu se livrar dele. Na verdade, acusações de direitismo, fascismo e nazismo foram levantadas contra incontáveis vítimas das purgas de Stalin. Em determinado momento, a esquerda internacional simplesmente reservou para si o direito absoluto de declarar ser nazista ou fascista quem quer que ela desejasse deslegitimar, sem apelo à razão ou a fatos. No tempo apropriado, quando nazismo passou a ser sinônimo de “essência do mal”, isso se tornou uma clava incrivelmente útil, ainda brandida até os dias de hoje”.
Jonah Goldberg (grifos meus)
A tão falada — e tão hipotética e inócua — “Extrema-Direita”, que precisamente se trata de algo utópico e completamente oposto ao Estado máximo basicamente virou (para as Esquerdas) tudo o que respira e se mexe contra as hegemonias esquerdistas culturais conquistadas. No entendimento dominante, a “Extrema-Esquerda” há muito virou sinônimo de “Esquerda Revolucionária” como a leninista, castrista, maoísta, entre outros movimentos socialistas e comunistas que tomaram o poder pelas armas e que, a partir daí, sim, transformaram seus países em regimes autoritários socialistas ou comunistas, com Estados gigantescos e tendendo a Estados totalitários (que estão na Extrema-Esquerda política) — como a Lestásia, a Eurásia e a Oceania: que são os Megablocos do livro “1984” de George Orwell (1903–1950), que rumam sempre ao Totalitarismo (ou à sua ruptura quando o dinheiro, a força ou a paciência do povo acabam); como é característica marcante e presente tanto no Socialismo, no Progressismo e no Comunismo quanto no Fascismo e no Nazismo.
Extrema-Direita esta — a teórica correta —, que seria uma hipotética espécie de anarquia, o Anarquismo, que por décadas, ideólogos, doutrinadores e propagandistas tentaram rotular e enfiar goela abaixo de todas as Direitas existentes na prática (como se fossem a mesma coisa e ambos iguais a Fascismo, Nazismo, Teocracismos e Ditaduras diversas). O que é inviável através do Espectro Político da reta que unifica os dois pontos extremos (e de tangibilidade discutível) da Extrema-Esquerda (Estado Máximo) até a Extrema-Direita (Estado Inexistente). Mas esquerdistas já usavam, na Revolução Francesa, o “contra-revolucionário” como xingamento. Comunistas cansaram de usar “direitista”, “reacionário”, “liberal”, “conservador” ou o enfadonho “neoliberal” como ofensas.
“Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.
Se já faziam isso nas primeiras décadas do século XX, imagina agora, no início do século XXI, quando detêm a hegemonia cultural em boa parte do Ocidente.
“Posto contra a parede, Mao lutou com vontade temível e enorme raiva, condenando Peng com rótulos políticos do tipo “direitista” e o acusando de insuflar Lin Biao. Quando Lin tentou discutir, Mao simplesmente gritou: “Você é um bebê! Você não sabe nada!”. Lin não podia competir com Mao numa disputa de gritos e foi calado com ameaças. Peng estava condenado por sua própria decência e decoro. Ao contrário de Mao, não era capaz de lutar pelo poder para si mesmo, mesmo que sua causa fosse boa. Nem era páreo para Mao em jogar lama e difamação “política”.
Mao obteve o apoio do totalmente comprometido Lo Fu, que estigmatizou Peng e seus seguidores com o epíteto de “oportunistas de direita”. Ao fazer isso, agiu contra seus próprios sentimentos, sob a sombra da chantagem de Mao. Os outros ficaram em silêncio. Enfrentar Mao não era fácil”.Jung Chang (grifos meus)
Voltando ao Nazismo, as mesmas ideologias esquerdistas de hoje também podem ser observadas, nas palavras dos eminentes ideólogos do Partido Nazista, Gregor Strasser (1892–1934) — rival interno de Adolf Hitler, até ser assassinado na “Noite dos Longos Punhais” pela facção do então Führer alemão —, numa autoconfissão óbvia da essência socialista do Nazismo:
“Somos inimigos mortais do sistema econômico capitalista de hoje em dia, com sua exploração dos economicamente fracos, seu sistema injusto de salários, sua maneira imoral de julgar o valor de seres humanos em termos de suas riquezas e de seu dinheiro, em vez de por sua responsabilidade e seu desempenho, e estamos determinados a destruir esse sistema aconteça o que acontecer”.
Gregor Strasser (grifos meus)
Esse é o típico discurso histórico e cíclico das Esquerdas de séculos: de indignação com as injustiças; do monopólio das virtudes; do oferecimento de um futuro glorioso através de suas ações; da exploração demagoga do sofrimento dos mais simples, ignorantes e humildes; da crença messiânica de seus políticos defensores; da elucubração de seus devaneios de Mundo; do ódio sistemático a quem se opõe a eles; da distorção da realidade doentia; da inveja como combustível básico de seus propósitos; do usufruto imoral da mentira como mecanismo para atingir quaisquer fins de suas revoluções (“democráticas” ou violentas); dos seus ataques constantes aos que possuem aquilo que eles não têm (mas que precisam ou que querem ter); e da obsessão patológica por igualdade mediante à concentração de poder em suas mãos.
Mas é a estas todas sortes de comportamentos presentes em todas as Esquerdas (com maior ou menor intensidade revolucionária; com menos ou mais centralismo, intervencionismo e gigantismo estatais), o que eles dizem ser a “Direita” (ou a mais idiota e desconexa expressão “Extrema-Direita”). Um cacoete mimético que hordas de imbecis que não abrem a graça de um único livro sobre Conservadorismo, ou sobre Liberalismo (até para saberem a origem do “palavrão” Neoliberalismo — e as diferenças existentes entre ele e do Liberalismo Clássico), e que apenas repetem o que ouvem de seus titereiros culturais, midiáticos, ideólogos e políticos, vociferando histericamente que são contra. Ou que nada sabem sobre as aventuras lúdicas do Libertarianismo, ou sobre as utopias intrigantes do Anarcocapitalismo, ou mesmo do Anarquismo propriamente dito (o que deveria ser a precisa e utópica categorização ortolingüística, que tanto eles conspurcam e vulgarizam de “Extrema-Direita”). Direita desconhecida esta, que cansam de encher a boca para falar, ou tremer a mão para escrever em suas ficções ignóbeis.
“Escolhemos o vermelho para nossos cartazes após uma especial e cuidadosa deliberação… de modo a chamar a atenção deles [os comunistas] e tentá-los a vir aos nossos encontros… para que tivéssemos uma oportunidade de conversar.
(…)
No vermelho nós vemos a ideia social do movimento, no branco a ideia nacionalista e na suástica a missão de lutar pela vitória do homem ariano”.Adolf Hitler (grifos meus)
O que o Nazismo foi? O Nazismo (bem como o Fascismo) foi uma dissidência do Movimento Revolucionário que se arrasta desde, no mínimo, o século XVIII. Os agentes históricos nazistas alemães levaram a cabo a sua ideologia através do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista — Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei — NSDAP), fundado em 1920 pelo antissemita Anton Drexler. O Nazismo foi uma mutação nacionalista do Movimento Comunista Internacional: este almejando a distopia de querer unir as classes proletárias do mundo inteiro numa Ditadura do Proletário Mundial; aquele almejando unir os alemães inteiros numa “racial” Ditadura Germânica Mundial.
No Programa de Governo do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), em alemão Nationalsozialismus, escrito em 24 de fevereiro de 1920, em Munique, e noticiado pelo jornal Alemão Deutsche Welle, é possível ver todo o DNA de uma mutação do Socialismo internacionalista marxista para este Socialismo nacionalista e supremacista, conforme consta na cópia do original do “O Programa do NSDAP”, página 153 do livro “National Socialistic Yearbook”, de 1941 (Nationalsozialistishes Jahrbuch, 1941), ou numa tradução para o Inglês feita inicialmente por Fred Niebergall (1909–1978), em 1941, retirado do “Projeto Avalon”, da Faculdade de Direito de Yale. Era o início do Nazismo, uma época quando os líderes nazistas rejeitavam qualquer idéia da criação de novas metas além destas originais.
Em Português, seria esse o texto do Programa Nazista [comentários meus em colchetes]:
“Os 25 Pontos do Programa do Partido Nazista (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães — NSDAP), adotado em fevereiro de 1920:
1. Exigimos a unificação de todos os alemães na Grande Alemanha com base no direito de auto-determinação dos povos.
[Repare no “auto-determinação dos povos”; até o último ponto ver-se-á que este “direito” parece pertencer apenas ao “povo” alemão, e não aos demais “povos”]
2. Exigimos igualdade de direitos para o povo alemão em relação às outras nações; revogação dos tratados de paz de Versalhes e St. Germain.
[“Igualdade” esta que eles exigem, porém posteriormente não respeitam que muitos povos a tenham]
3. Exigimos terra e território (colônias) para o sustento do nosso povo, e colonização para a nossa população excedente.
[O DNA do expansionismo do novo “Império” que queriam fazer a Alemanha virar, estava aqui. Onde já manda a “auto-determinação dos povos” e a “igualdade de direito entre os povos”, para a vala: o “direito” do povo alemão se expandir e se auto-determinar em territórios alheios, deve vir com a conseqüência óbvia de outros povos não terem o direito de manter seus territórios e de não poderem se auto-determinar]
4. Apenas um membro da raça pode ser um cidadão. Um membro da raça só pode ser aquele que é de sangue alemão, sem consideração de credo. Conseqüentemente nenhum judeu pode ser um membro da raça.
[Antissemitismo óbvio aqui (e vale lembrar que as Esquerdas hoje são sistematicamente antissemitas e antissionistas) e uma relativista denominação de “cidadão” que será contemplado pelo Estado, governo e leis apenas quem estes considerarem da “raça alemã”. E aqui diz “sem considerar o credo” (obviamente já descartado o judaico); vamos analisar futuramente se de fato haverá esta “liberdade religiosa” para os credos existentes (o Judaísmo já está proibido)]
5. Quem não tem a cidadania mas é capaz de viver na Alemanha apenas como convidado, e deve estar sob a autoridade de uma legislação para estrangeiros.
[Outra categoria de povo: os convidados, que terão legislação à parte]
6. O direito de determinar as questões relativas a administração e direito pertence apenas ao cidadão. Por isso exigimos que todos os cargos públicos, de qualquer tipo que seja, se no Reich, condado ou município, deve ser preenchido apenas pelos cidadãos. Nós combateremos a economia parlamentar corruptora, apenas de acordo com as inclinações partidárias, sem consideração de caráter ou capacidade de retenção de escritório.
[Lembrando que “cidadão” é só aquele definido no item 4; e o acesso ao poder e ao funcionalismo público, não é para todos, criando privilégios não a cidadãos, mas aos “cidadãos da raça considerada alemã”, ou seja: o racialismo institucionalizado. E ainda combaterá a corrupção pela inclinação partidária e não pelo caráter corrupto: “corruptas” são ideologias ou pessoas que divergem deles]
7. Exigimos que o Estado seja encarregado primeiro em proporcionar a oportunidade para a subsistência e o modo de vida para os cidadãos. Se é impossível sustentar a população total do Estado, os membros de nações estrangeiras (não-cidadãos) devem ser expulsos do Reich.
[Quem for escolhido como cidadão do Estado, tem direitos que os “não-cidadãos” (judeus, estrangeiros e demais não considerados da “raça alemã”) não possuem; e aqui: é o dever de não ficar por lá se alguma crise de abater pelo Estado guia, denominador de virtudes e controlador de todos]
8. Tanto a imigração de não cidadãos devem ser prevenidos. Exigimos que todos os não-alemães, que imigraram para a Alemanha desde 2 de agosto de 1914, sejam forçados a deixar imediatamente o Reich.
[Aqui restringe mais ainda o direito entre os “não-alemães”: tem os estrangeiros, que tem menos direito normalmente; e aqui tem os estrangeiros que chegaram depois desta data estipulada (02/08/1914), que só tem o “direito” de, ao ser descoberto, ser expulso]
9. Todos os cidadãos devem ter igualdade de direitos e obrigações.
[Quem lê só este artigo — sem os anteriores — até pensa que este ponto é justo; mas cidadão é apenas aquele que seja considerado da “raça alemã”]
10. A primeira obrigação de cada cidadão deve ser trabalhar tanto em sentido espiritual e físico. A atividade dos indivíduos não é para neutralizar os interesses da universalidade, mas deve ter seu resultado no contexto do todo para o benefício de todos.
[Aqui vemos o coletivismo típico de regimes socialistas (e esquerdistas em geral), onde povo é tratado como uma massa comum e obediente, e a desindividualização do ser humano é sistemática); também observamos a distribuição coercitiva de riquezas em prol do Estado e da sua massa, com a mediocracia e a igualdade forçada entre todas as desigualdades, como as essências deste sistema político de poder imenso, ao ponto de conseguir obrigar isso]
Consequentemente, exigimos:
11. A abolição de rendimentos não adquiridos (trabalho e emprego). Quebra da escravatura do aluguel.
[Uma política econômica e de relações de trabalho de ataque ao lucro, à propriedade privada e à livre negociação imobiliária]
12. Tendo em consideração o sacrifício monstruoso em propriedade e sangue, que cada guerra demanda, através do enriquecimento pessoal das pessoas, uma guerra deve ser designada como um crime contra o povo. Por isso exigimos o confisco total de todos os lucros de guerra.
[Confisco de riquezas, seja de quem for, claro e evidente, que tenha ocorrido durante a guerra; estatização de tudo que tenha feito dinheiro durante a 1ª Guerra Mundial do que o Estado venha a considerar “lucro de guerra”]
13. Exigimos a nacionalização de todas as indústrias associadas (trusts).
[Transformar toda e qualquer indústria privada Internacional em indústria do Estado Alemão (que depois pode ser passada para o controle de algum “cidadão alemão”, um nacional privado que estará sob diretrizes e vontades do Estado — o Partido Nazista — o real controlador das indústrias e empresas)]
14. Exigimos uma divisão dos lucros de todas as indústrias.
[Indústria podia até ter lucro, mas tem que compulsoriamente dividir com o Estado, mais uma socialização do capital para o governo]
15. Exigimos uma expansão em larga escala do bem-estar na velhice.
[Alguma aparente “humanidade” de um socialismo social-democrata, com o Estado tutelando o bem-estar de idosos da raça considerada alemã (os demais judeus, estrangeiros e “não-alemães”, não serão contemplados)]
16. Exigimos a criação de uma classe média saudável e a sua conservação, comunalização imediata dos grandes depósitos e serem alugados a baixo custo para as pequenas empresas, a máxima consideração de todas as pequenas empresas em contratos com o Estado, condado ou município.
[Socialização, confisco, interferência na propriedade privada, estrangulamento da livre iniciativa, burocracia, protecionismo a criação de reserva de mercado para grupos econômicos]
17. Exigimos uma reforma agrária adequada às nossas necessidades, a prestação de uma lei para a desapropriação de terras livres para fins de utilidade pública, a abolição dos impostos sobre a terra e a prevenção da todas as especulações de terra.
[Propriedade privada ameaçada para rapidamente fazer “justiça social” com patrimônio alheio, tomando uma medida aparentemente liberal (abolição de imposto sob a terra, possivelmente a confiscada e dada aos “sem-terras”) a interferência no mercado de terrenos e imóveis rurais pelo Estado, que só aumenta o seu poder]
18. Exigimos luta sem consideração contra aqueles cuja atividade é prejudicial para o interesse geral. Criminosos nacionais comuns, usurários, Schieber e assim por diante devem ser punidos com a morte, sem consideração de confissão ou raça.
[Um dos itens tenebrosos: luta “sem consideração”, contra aqueles que tenha “atividade prejudicial para o interesse geral” (seja lá o que queriam definir e redefinir como “interesse geral”); e na lista, além do altamente nebuloso “criminosos” (pois há tanta tipificação de atos normais, que o Nazismo poderia considerar como crime) há o “nacionais comuns” (que deve ser aqueles considerados “não-alemães”), os “usurários” (pessoas que comete usura auferindo lucro — como agiotas —, ou pessoas que lucram com uma simples troca capitalista?); e a pena será de morte; e a força e a violência serão os métodos]
19. Exigimos a substituição de uma lei comum alemã no lugar do Direito Romano que serve a uma ordem mundial materialista.
[O Estado ditando uma nova lei, ética e moral com o bojo de suas ideologias e colocando o capitalismo como antagonista]
20. O estado é o ser responsável por uma reconstrução fundamental de todo o nosso programa de educação nacional, para permitir que todos os capazes e industriosos alemães para obter o ensino superior e, posteriormente, introdução em posições de liderança. Os planos de ensino de todas as instituições de ensino estão em conformidade com as experiências da vida prática. A compreensão do conceito de Estado deve ser buscado pela escola [Staatsbuergerkunde], logo no início do conhecimento. Exigimos a educação às custas do Estado de crianças proeminentes intelectualmente dotadas de pais pobres, sem consideração de posição ou profissão.
[O Estado sendo altamente responsável por tudo e todos, emanando todos os ordenamentos; centralizando e ditando todas as regras e conteúdos educacionais e, assim, garantindo a educação (e doutrinação em massa) de crianças de pais; no caso dos pais pobres: só as proeminentes]
21. O Estado é para cuidar da saúde dos idosos, protegendo a mãe e filho, proibindo o trabalho infantil, encorajamento a aptidão física, por meio do estabelecimento de uma obrigação legal de ginástica e desporto, o maior apoio de todas as organizações preocupadas com a instrução física dos jovens.
[Outra cláusula aparentemente humana e justa — que os comunistas também pregavam em discursos e papéis —, mas lembrando que é para apenas idosos, mães e crianças consideradas da “raça alemã”]
22. Exigimos a abolição das tropas mercenárias e a formação de um exército nacional.
[Formação de um Exército próprio, algo normal, mas que o Partido Nazista começou fazendo os seus próprios: a “Tropa de Assalto, a SA (“Sturmabteilung”); e a “Tropa de Proteção”, a SS (“Schutzstaffel”)]
23. Exigimos oposição legal as mentiras conhecidas e da sua promulgação através da imprensa. A fim de permitir a prestação de uma imprensa alemã, exigimos que:
[Censura]
a. Todos os escritores e funcionários dos jornais em língua alemã sejam membros da raça:
[Olha o Estado gigante, forte, autoritário e segregador: se não for da raça alemã, não pode trabalhar na imprensa ou escrever livros]
b. Jornais não-alemães sejam sujeitos à obrigação de autorização expressa do Estado para ser publicado. Que eles não podem ser impressos em língua alemã:
[Mais controle ferrenho da mídia]
c. Não-alemães são proibidos por lei de qualquer interesse financeiro em publicações alemãs, ou qualquer influência sobre eles, e como a punição para violações é de fechamento de tal publicação, bem como a expulsão imediata do Reich em causa de não-alemão. Publicações que são contra o bem geral devem ser proibidos. Exigimos processo legal dos formulários artísticos e literários que exercem uma influência destrutiva sobre a nossa vida nacional, bem como o encerramento de organizações que se opõem às exigências feitas acima.
[Seja mídia, seja associação, seja instituição, seja um clube, seja uma religião que fale mal do Nazismo, do regime, da ideologia, do Governo e Estado, deve ser suspenso, cassado, preso ou banido]
24. Exigimos a liberdade de religião para todas as denominações religiosas dentro do Estado, desde que não ponham em perigo a sua existência ou se opor aos sentidos morais da raça germânica. O Partido, como tal, defende o ponto de vista de um cristianismo positivo, sem se ligar confessionalmente a qualquer denominação. Combater o espírito judaico-materialista dentro e ao redor de nós, e estar convencido de que uma recuperação duradoura de nossa nação só pode ter sucesso a partir de dentro sobre o enquadramento: de utilidade comum precede a utilidade individual.
[Liberdade religiosa com base não ao “Cristianismo”, mas sim a um “cristianismo positivista”, coletivista e utilitarista. Qualquer religião pode, desde que não fale mal do Estado e não seja judaica]
25. Para a execução de tudo isto, exigimos a formação de um poder central forte no Reich. Autoridade ilimitada no parlamento central sobre todo o Reich e as suas organizações em geral. A formação de câmaras estaduais e profissionais para a execução das leis feitas pelo Reich dentro dos vários estados da confederação. Os líderes do Partido prometem, se necessário com o sacrifício de suas próprias vidas, para apoiar através da execução dos pontos enunciados, sem consideração.
[Estado forte, grande, intromissivo, centralizador e com o pior: “autoridade ilimitada”]”
Programa do Partido Nazista (24/02/1920) (grifos meus)
O que isto tem a ver com o pensamento de Burke, Churchill, Mises, Lacerda, Thatcher e Reagan, como exemplos? E então: vais continuar a dizer que o Nazismo é de Direita? Que o Partido Nazista de Hitler tem algo de “Conservadorismo” ou de “Liberalismo”? Ou que os nazistas ainda teriam a possibilidade de serem algo impossivelmente anárquico, daquilo que realmente seria a Extrema-Direita: a ausência total do Estado ou governo? Logo o Nazismo e seu megalomaníaco Estado e sede de poder e dominação? Os nazistas quererem uma anarquia (já que Direita tende a ter o Estado menor, menos presente e menos interventor, conforme caminha-se para o seu extremo idealista, passando geralmente pelas várias vertentes do Conservadorismo, depois Liberalismo, depois as utopias do Libertarianismo, do Anarcocapitalismo até chegar na inatingível total ausência de Estado, o Anarquismo, aquele que é sistematicamente distorcido. Aquele que é a ideal Extrema-Direita)?
Todos estes pensamentos e ações são típicos de tudo que advêm destes movimentos revolucionários, esquerdistas (jacobinos, marxistas, socialistas, bolcheviques, comunistas, progressistas, fascistas, nazistas), ansiosos por poder, sectários, intolerantes ofensivos e que adoram fazer laboratórios destrutivos de mundo usando as sociedades como cobaias humanas; uma mentalidade permanente e cada vez mais irracional que existe nas Esquerdas, até os dias de hoje e que funcionam eficazmente ainda, como “cantos das sereias”, especialmente entre jovens, ignorantes, incautos, arrogantes, desajustados, criminosos e de adultos incrivelmente dependentes da tutela alheia dos governantes: os políticos de que tanto falam mal, desconfiam e que consideram como “tudo um bando de ladrões”. Mas que, por um masoquismo doentio, insistem em botar ou depositar inteiramente suas vidas, dinheiro e destinos, nas mãos deles…