A Era Das Fraudes: O Oitavo Círculo Do Inferno Subiu
Eis o século XXI: a Era das Fraudes; o milênio que se abre pela mentira, farsa, engodo, fingimento, ludibriação, manipulação e confusão demoníaca. É escândalo por todos os lados — e que escândalos! Um pior que o outro! Recordes de malignidade e descaramento não param de ser quebrados… — e de todos os jeitos e tamanhos; locais, nacionais, internacionais, transcontinentais e mundiais. E com um número absurdo de potestades e principados envolvidos e em diabólica cumplicidade uns com os outros nas elucubrações, planejamentos, execuções e ocultações.
São tantos e tão diversificados os êmulos que compõem essas legiões das trevas e do Inimigo, e tão descaradamente, tão bubonicamente, tão fetidamente eles são, falam, agem e enganam que a maioria esmagadora das pessoas (de bem ou nem tanto) não têm, por suas experiências e inculturas, o alcance imaginativo na escala da imoralidade e da malícia vividas e concebidas para conseguirem sequer especular a ousadia e profundidade dessas hostes; cabendo a elas, destarte, não acreditarem no tamanho e atrevimento das hordas do mal ou atenuarem as vilezas e crimes desses exércitos luciferianos que nos sufocam, atazanam, oprimem e desgraçam.
O Movimento Revolucionário — o mais marcante pedigree do demônio, que vende a ilusão de uma terrestrealização de um paraíso perfeito sobre nós, mediante concentração de poder nas mãos deles: desses mascates da distopia —, veio tomando conta das consciências e corações do mundo desde, pelo menos, o século XV, e foi se espalhando, in crescendo, seus vícios e sombras sem o devido combate; e, por tal processo, adveio o século XX com esses espectros encarnados detendo uma hegemonia praticamente arrasadora sobre tudo que já foi criado pelo homem nas Eras Moderna e Contemporânea e sobre todos que vivem em nossas sociedades civilizadas.
É a manifestação mais clara da nossa principal dimensão humana: a espiritual (que é eterna, imaterial e adimensional), onde uma Guerra Espiritual está sendo travada desde a “Queda do Homem” e que sempre pairou sobre quaisquer outras humanas Guerras (Cultural, Intelectual, Moral, Política, Bélica, entre outras). E o mal, por ter se disseminado tanto em oposição a uma significativa contração do bem nesse mundo de alguns bilhões de almas, pode ser, desse modo, banalmente e ordinariamente encontrado por toda a parte. Portanto, quando invocar a expressão “Guerra Espiritual”, incorpora sua realidade, verdade e primazia sobre as outras batalhas dos homens. E, contra o mal puro, busquemos o Bem puro, rezemos e ajamos.
“Desde o instante em que o exorcista entra no cômodo, uma sensação peculiar parece tomar o próprio ar. Dali em diante, em todo exorcismo genuíno, todos que estiverem no aposento tomam consciência de alguma “Presença” estranha. Esse sinal indubitável de possessão é tão inexplicável e inequívoco quanto incontornável. Todos os sinais de possessão, sejam ruidosos e grotescos, ou então mais sutis ou discutíveis, parecem contidos nessa “Presença”.
Não há sinal físico claro da “Presença”, mas todos a sentem. É preciso experimentá-la para entender; não se pode localizá-la espacialmente — nem ao lado, nem acima, nem dentro do possesso, num canto do aposento, sob a cama ou pairando no ar.
Em certo sentido, a “presença” não está em lugar nenhum, e isso só aumenta o terror, pois “há” uma presença, um “outro” que está ali. Não se trata de um “ele” ou “ela” ou “isso”. Às vezes parece que esse ente é singular, às vezes, plural. Ao falar, no curso do exorcismo, ele por vezes se referirá a si como “eu”, por vezes como “nós”; usará “meu” ou então “nosso”.
Invisível e intangível, a “presença” causa transtorno em todos os humanos que se reúnem na sala de exorcismo. Você pode exercitar seu cérebro e tentar produzir dela uma imagem mental. Pode ainda dizer a si mesmo: “Estou imaginando isso. Cuidado! Não entre em pânico!” e sentir então um alívio momentâneo. Mas a seguir, após um intervalo de uns poucos segundos, a “presença” retorna como um silvo inaudível no cérebro, uma ameaça muda contra a sua pessoa. Seu nome e essência parecem ser compostos de ameaça, parecem ser pura e simples malignidade, buscar obstinadamente o ódio pelo ódio, a destruição pela destruição”.
A Guerra Espiritual — de que tanto muitos anunciam, mas que poucos se conscientizam da gravidade e preponderância dela sobre nossos pensamentos, falas, escolhas e ações — está presente, cá, desde antes a nossa maldita escolha pelo pecado e a nossa arqui-desobediência a Deus, e que hoje, pela quantidade bilionária de humanos existentes — com nossas almas, em contato com o Mundo Espiritual (mesmo que parcamente conseguindo percebê-lo por nossos filtros e limitações mentais e corpóreas) sendo influenciadas diuturnamente pelos nossos estados de santidade ou diabolicidade — e pela enormidade deles servindo ao mal (pensando, falando e fazendo igual ao que qualquer diabo faria), ela, a Guerra Espiritual, é que está regendo estas épocas de tantas trevas, mentiras, fraudes, traições e maldades.
A Guerra Espiritual parece pender para as fileiras satânicas no raiar do terceiro milênio, porém, nas últimas décadas do segundo milênio, iniciou-se reações intelectuais que, primeiramente, deflagraram esses antagonistas esquerdistas e revolucionários (já muito poderosos, espalhados, organizados e coordenados), descrevendo-os, explicando-os, mostrando seus erros, ardis e planos, refutando-os e propondo soluções, alternativas e formas de combate; e que, depois, foi fazendo eles perderem suas influências, charmes e capacidades de engano e controle intelectual, cultural, lingüístico, moral e psicológico sobre as multidões gradualmente mais despertas e conscientes de seus arqui-inimigos. E conforme as Esquerdas foram desmoronando em suas intelectualidades, moralidades, capacidades de convencimento e credibilidade, o império robusto, poderoso e multifacetado conquistado por décadas a fio por eles, começou a reagir virulentamente pelo paroxismo de fraude, força, perseguição, censura e muitos crimes.
Em 2020, a maior e mais Criminosa Fraude da História ocorreu diante de nossas fuças nas eleições presidenciais norte-americanas. E uma massiva movimentação do presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, contra o oceânico e multinacional sistema podre (envolvendo potestades e principados) ocorreu, e quase toda grande mídia e velha imprensa do Ocidente — a maior inimiga dos povos de bem, da verdade e dos homens e nações livres — mentiu, ocultou, inventou em cumplicidade com os bandidos, dizendo, em uníssono, que foi tudo normal e foi a “Casa Branca” que espalhou mentiras sobre a ocorrência de fraudes nas eleições… A vítima é fraudada, ocultam os fraudadores e quando o prejudicado denuncia o crime dos golpistas, dizem que a vítima é quem está inventando… Canalhas! Foram escondendo o escândalo dos escândalos e em escala transcontinental. Vergonha dos opróbrios!
“O processo [de fraude da mídia de massa] tem que ser consciente, ou não seria realizado com precisão suficiente, mas também tem que ser inconsciente, ou traria consigo um sentimento de falsidade e, portanto, de culpa. Contar mentiras deliberadas acreditando genuinamente nelas, esquecer qualquer fato que se tornou inconveniente e, então, quando for necessário novamente, retirá-lo do esquecimento pelo tempo que for necessário, negar a existência da realidade objetiva e, ao mesmo tempo, ter em conta a realidade em que se nega tudo isso como sendo indispensavelmente necessária”.
É a Era das Fraudes! Os homens de boa índole e vontade devem reagir a essas quadrilhas nacionais e internacionais coligadas pela ideologia, militância, corrupção, inescrupulosidade, imoralidade, incompetência, burrice, traição e crimes. O povo de bem deve dar um basta: saber o que está ocorrendo no Brasil e no mundo por essa podre classe usurpadora dos jornalistas, boicotá-la, desmascará-la, escarnecê-la, denunciá-la e, assim, destruí-la, para que o Jornalismo ressuscite ou fuja do cativeiro desses seqüestradores dele. Procurando fontes primárias ou caçando jornalistas independentes na internet: buscando, verificando e escolhendo um a um quem ainda tem compromisso com a verdade, em noticiar todos os fatos, independente de suas visões políticas, ideológicas, filosóficas e religiosas.
Cada um tem que parar de se desinformar ou ser enganado por má-informação, sicofantia, fantasia, alienação, histeria, psicopatia ou mitomania pelos crápulas dessas organizações criminosas da fraude e farsa, fábricas de fake news, que se tornaram os grandes conglomerados de televisão, rádio, jornal, revistas e esses gigantes das redes sociais (Facebook, Twitter, YouTube entre outros): todos agentes e cúmplices dessa mega fraude satânica que foi trazida das profundezas até nós! Não existe mais Jornalismo na grande mídia e velha imprensa, o “Jornalismo” deles é só militância, máfia organizada, mentira, hipocrisia, burrice, fantasia, maldade, psicopatia, fraude e crimes: muitos crimes.
Em artigo visionário do Olavo de Carvalho chamado “Falsificação Endêmica”, de 18 de julho de 2008, que está no livro “Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil — Vol. IV — A Inversão Revolucionária em Ação”, o filósofo alertava muito do que já ocorria e que viria a acontecer em demasia anos depois, em que falava já sobre a podridão e decadência que se encontrava o Jornalismo da velha imprensa e grande mídia, e o diagnóstico do porquê chegou a tão profundo fosso.
“Antigamente o jornalismo era uma variante menor da ciência histórica. Documentando o presente, aplanava o caminho para os historiadores, dando-lhes um retrato aproximativo do “clima de opinião” da época e ao mesmo tempo indicando-lhes por alto as fontes primárias onde poderiam conferir a diferença, se houvesse, entre os fatos e sua imagem pública. Os métodos de pesquisa e averiguação usados por um bom repórter eram em essência os mesmos do investigador histórico, apenas praticados em escala mais modesta, apressada e superficial.
Desde que entrei na profissão, em 1965, ela mudou demais. Trocou de modelo. Já não imita a historiografia, mas o “show business”, a propaganda e o ativismo político. O pouco de pesquisa que resta é instrumento auxiliar subordinado a esses três fins supremos: o jornal deve atrair e seduzir como um “show” erótico, gerar hábitos como uma campanha de “marketing”, moldar e controlar as mentalidades como uma escolinha de militantes, uma “madrassa” do PT. O fato mesmo de que esses três objetivos concorram entre si acaba criando uma impressão geral de equilíbrio, que o leitor toma como sinal de credibilidade, sem notar que todos os critérios antigos de veracidade — que as novas gerações nem chegaram a conhecer — foram cinicamente suprimidos do conjunto e que, na ordem do jornalismo atual, a última coisa que interessa é contar o que está acontecendo.
A mudança, ao menos no Brasil, não foi espontânea. O instrumento para realizá-la foi a obrigatoriedade do diploma universitário, que, colocando sob a batuta de uma reduzida elite de professores-doutrinadores a formação dos jornalistas, tornou praticamente inevitável a uniformização da sua mentalidade e a institucionalização de uma rede de cumplicidades solidárias, ao ponto de já não haver fraudes jornalísticas isoladas: os jornais e noticiários de TV mentem em uníssono, berrando ou silenciando em coro, com ritmo perfeito.
(…)
O pior de tudo é que, mesmo entre os leitores de elite, quase nenhum percebe a diferença entre esse estado de coisas e a quota de safadeza estrutural mínima, inerente ao jornalismo de todas as épocas. Mas a diferença é enorme. As fraudes jornalísticas antigas eram, por assim dizer, de iniciativa privada: cada jornal mentia conforme os interesses que lhe eram peculiares.A concorrência neutralizava os abusos mais vistosos e forçava as empresas a respeitar uma certa margem de profissionalismo idôneo. Hoje em dia as grandes campanhas de falsificação atendem a pressões de interesses globais que se sobrepõem até mesmo às fronteiras de nações, quanto mais às disputas entre empresas, e que, para maior uniformismo ainda, coincidem no todo e nos detalhes com os anseios da militância esquerdista nas redações. Mentir descaradamente em favor de causas como abortismo, gayzismo, anticristianismo, desarmamento civil, aquecimento global, indigenismo, etc., não é escolha desta ou daquela empresa individual: é imposição que vem muito de cima, dos organismos internacionais, das fundações bilionárias, e se espalha por toda parte através da rede onipresente de ONGs. É a mentira total, avassaladora, cínica e prepotente, imune aos clamores mais justos e mais óbvios da consciência moral.
Nem todo mundo, é certo, se deixa enganar por essa endemia de fraudes. A expansão do jornalismo eletrônico reflete a desconfiança geral ante a “grande mídia”, mas seu poder é limitado, sobretudo porque a espontaneidade de milhões de reações isoladas vem sendo gradativamente substituída por tentativas de controlar o universo bloguístico desde os centros orientadores da mudança global, através de restrições legais, da concentração administrativa e da bem subsidiada malha de ONGs”.Olavo de Carvalho
No Brasil, não há exceção para essa desgraça, todas as redações — maciçamente esquerdistas, mesmo que os donos do veículo sejam simpáticos a temas direitistas — replicam a mesma farsa. Portanto, os admiradores da verdade, da justiça, da bondade, da competência devem deixar de tolice, de serem ludibriados, ridicularizados e aviltados por esses procuradores infernais! Desligando televisores e rádios nos noticiários; não comprando jornais e revistas; indo para os refúgios (ameaçados) da internet e procurando exaustivamente quem ainda se lembra do que é o Jornalismo; garimpando suas informações e fontes; nunca dando audiência a qualquer “noticiário” (i.e. “fantasiário”, “fraudário”) que qualquer canal, estação, portal de internet, jornal e revista forneçam: são todos estelionatários da verdade! Tudo para criar um mundo paralelo onde suas ideologias funcionem, suas fantasias sejam a verdade, onde suas imoralidades sejam virtudes e seus crimes sejam a normalidade.
E a Fraude — que tanto promovem e a que tanto servem — é o pecado que rege os condenados perpétuos do Oitavo Círculo do Inferno de Dante Alighieri (1265–1321), onde os fraudulentos estão danados aos piores castigos, espalhados pelos inúmeros tipos de engodos, por toda suas malditas eternidades. Então, da arte à vida, do espiritual e eterno ao material e temporal, parece que o Oitavo Círculo do Inferno subiu direto até nós na Terra e se cristalizou nessas décadas iniciais do século XXI!
“Fraude, onde a consciência se remorsa,
nalguém que em nós se (con)fia pode usar-se
e nesse que a (con)fiança não reforça.Dir-se-á mata este modo de negar-se
o vínculo de amor que faz natura(l);
vem no segundo círculo aninhar-sehipocrisia, adulação, perjura
falsária, latrocínio, simonia,
rufiães e aldrabões, e a mais mistura.O outro modo aquele amor desvia
que faz natura(l) e ao qual fica acrescido
o que por fé especial se cria;no círculo menor, ponto medido
do universo em que tem Dite a sede,
quem trai é no eterno consumido”.Dante Alighieri
Na viagem do poeta Dante à cosmovisão do Inferno, Purgatório e Paraíso, que se inicia no dia 7 de abril de 1300 (Quinta-feira Santa que precede a Páscoa daquele ano), ele é guiado, quando conta com 35 anos, pelo poeta romano Virgílio (70 a.C.-19 a.C.) nesta elucidante busca de orientação, conhecimento e purificação, começando a sua jornada pelo Inferno (Inferno de Dante) e terminando nas graças do Paraíso, depois de passar pelo Purgatório; e que, por terminar bem e de forma gloriosa, se chama de “A Divina Comédia” — e não de “A Divina Tragédia”.
Nas Nove Esferas do Paraíso, Dante é acompanhado de sua amada platônica, a personagem Beatriz (inspirada em Beatriz Portinari (1266–1290), florentina e musa inspiradora do poeta e que morreu muito jovem, antes da criação do famoso poema), como guia, já que Virgílio, pagão por morrer antes de Cristo, no Limbo fica (1º Círculo do Inferno) e no Paraíso não pode entrar, mas lá jaz não no sofrimento: jaz no Castelo dos Sete Muros das Virtudes, destinado aos grandes sábios e bondosos homens, que vieram antes de Cristo e que não criam e nem seguiam o Deus de Israel e, por isso, no Céu não podem entrar.
O Inferno de Dante, tem um formato cônico invertido, descendente e profundo (contrário às Sete Cornijas do Purgatório, que são dispostas num cone ascendente, encravados numa Montanha aos Céus), que separa os pecadores mais leves (nos círculos superiores do Inferno), com penas horríveis — porém “mais brandas” — dos mais graves (nos círculos inferiores do Inferno), com o pior do sofrimento infinito que se possa imaginar.
Os pecadores mais brandos foram os levados, em suas vidas, pelas incontinências e apetites desenfreados humanos, menos graves aos olhos de Deus, do Primeiro Círculo (o Limbo, já citado) até o Quinto Círculo: Luxúria [Segundo]; Gula [Terceiro]; Avareza e prodigalidade [Quarto]; e Ira e rancor [Quinto]. Os pecadores mais graves — residentes de dentro da fortaleza ardente de muros de ferro da cidade de Dite — foram os levados pelas bestialidades, violências e malícias da razão humana, as mais drásticas escolhas dos homens aos olhos de Deus, e que ficam confinados do Sexto ao Nono Círculos do Inferno: Heresiarquia e Heresia [Sexto]; Violência (Assassinato, Assalto, Suicídio, Sodomia e Blasfêmia) [Sétimo]; Fraudes (Sedução, Proxenetismo, Enganação, Bajulação, Adivinhação, Simonia, Peculato, Corrupção, Perjúrio, Farsa, Roubo, Sectarismo, Charlatanismo, Fingimento, Embuste, Falsificação) [Oitavo]; e Traições (as cometidas contra conhecidos, amigos e anfitriões, familiares, pátrias e contra pessoas boas e que depositavam amizade, amor ou confiança no traidor, chegando até o trair do próprio Deus: Judas) [Nono]).
Nesta passagem citada, Virgílio e Dante se encontram ainda dentro da cidade de Dite, no Sexto Círculo do Inferno, parados na encosta do caminho descendente que leva para os círculos inferiores, com um abismo emanando um ar fétido à frente deles, que dali se visualiza os três últimos anéis do sofrimento imutável infernal. Daquele báratro, já conseguem avistar os raivosos que lesam a própria vida (suicidas), ou a vida e integridade física alheia (assassinos e torturadores), ou o patrimônio próprio ou alheio (ladrões e agiotas), ou ao próprio Deus (sodomitas e blasfemos), que ficam no Sétimo Círculo do Inferno.
E há um enfoque grande nesse vislumbre do abismo, em que esclarece e exemplifica a Fraude, que rege o Oitavo Círculo do Inferno: o Malebolge (“Bolsas Más”), com suas dez valas (“bolsas”) repletas de muitas escórias de enganadores. A descrição feita pelo avistamento se dá para os violentos, fraudulentos e traidores (condenados ao Nono Círculo do Inferno) que usam o dom da razão humana para prejudicar as pessoas (com ou sem violência), familiares, pátrias, ferindo as disposições do Homem ao pecado, nas formas que mais desagradam a Deus: i.e. a malícia (velada ou explícita). Estes que deturpam a inteligência pela perversidade e malignidade voluntária, cumprem os seus mais agonizantes e piores castigos eternos nessas quatro últimas voltas, partir do Sexto Círculo do Inferno, passando pelo Sétimo e o Oitavo (que nos consome com sucursais do Malebolge por aqui), até o pior de todos, o Nono Círculo do Inferno, particularmente, o mais abjeto e próximo de Satanás.
“Malebolge no inferno se nomeia
lugar todo de pedra em tom ferrino,
como a cerca em seu torno que o rodeia.No justo meio a tal campo malino
há o vão de um poço assaz largo e profundo,
que em seu lugar direi como imagino.O cincho que ali fica é bem rotundo,
entre o poço e o sopé da margem dura,
e em dez valas se lhe divide o fundo.Como, de mais e mais fossos se mura
a guarda por que cingem os castelos,
a parte em que me encontro se figura,e essa imagem aqui deixava vê-los;
e como a fortalezas desde a entrada
pontículas vão dar junto aos cubelos,assim, do imo, escolhos da talhada
rocha atravessam diques, ligam fossos,
té o poço lhes cortar a encruzilhada.Neste lugar vêm dar os passos nossos,
Gerião nos sacudindo, e o poeta
foi à sinistra, e atrás, meus alvoroços.À mão destra vi mais piedade inquieta,
novo tormento e novos frustradores,
de que a primeira bolsa era repleta”.Dante Alighieri
Primeiramente, no Oitavo Círculo do Inferno ficam os fraudulentos que enganam a todos com a malícia optada da livre escolha da razão humana — dádiva exclusiva nossa, dada por Deus ao homem pela condição da liberdade de juízos e escolhas —, especialmente exemplificado e habitado pelos sedutores e cafetões, os bajuladores e sicofantas, os adivinhos e charlatões, os simoníacos e profanadores, os peculatários e corruptos, hipócritas, mentirosos, difamadores e caluniadores que levantam falsos testemunhos, os ladrões, os maus conselheiros, farsantes, vigaristas e embusteiros, os sectários, criadores de divisões e intrigas, os fraudadores, estelionatários e golpistas.
No último e Nono Círculo do Inferno, onde jaz o Príncipe das Trevas, ficam os traidores e os grandes corruptos e fraudulentos (os que traíram a confiança de quem conhecia, de quem lhe era familiar, de quem conquistou a confiança, de quem era amigo e por quem era amado — uma espécie de traidor financeiro, do seu país e do próprio Deus). Que também parece ter trazido o frio do Lago Cocito a nossas almas, mentes e corações.
Nesta escala, categoria e grau de malignidade de vícios — dado tanto pela Filosofia Pós-Socrática (em especial por Aristóteles (385 a.C.-322 a.C.)) quanto pela Teologia Católica — , é assustador, nos dias de hoje, a quantidade de gente que faz de tudo para eternamente agonizar nos mais profundos castigos infinitos da Dite: A Capital do Inferno (do imaginário artístico e racional à sua realidade existencial); onde não há luz, não há esperança e não há salvação; só dor, castigo e sofrimento constantes, choro e ranger de dentes. Sem mais fim!
As pessoas torcem para que o Inferno — como o de Dante — não exista; é uma negação que serve para justificar seus pecados, vícios e disposições degradantes da alma e de suas ambições e maquinarias materiais e imanentes. Uma espécie de anestesiamento e de estímulo auto-tranqüilizante (onde um dos maiores fornecedores desse ópio espiritual é a grande mídia e velha imprensa), que seria excelente se estivessem certos. E mesmo subindo uma amostra do Oitavo Círculo do Inferno para cá, esta é apenas um aperitivo das dores e desgraças que lá imperam sem fim.
Porém, há mais de dois mil anos de inúmeros fenômenos, experiências, visões, presságios, revelações, milagres, relatos e profecias confirmadas, que ajudam a diminuir a sincera dúvida sobre o pós-morte das pessoas que se esforçam para trilhar pelo Caminho, pela Verdade e pela Vida e, em contrapartida, a dirimir as certezas auto-induzidas nos incautos sobre a inexistência desta transcendência eterna que fazem de tudo para desacreditarem. E esses diversos fatos, fenômenos e acontecimentos de natureza metafísica e teológica colocam perguntas inquietantes sobre todas as nossas almas e que assombram muitos dos incrédulos ou céticos: “E se estivermos errados em nossas crenças materialistas de desacreditar no espírito, no além e no julgamento de Deus no nosso pós-morte? E se de fato existir um Céu, um Purgatório e um Inferno? E se estivermos enganados por toda as nossa vidas e só descobrirmos esta verdade depois de morrermos, sem mais tempo para reverter a nossa forma final? Para onde nós iríamos no além, com a vida que estamos levando hoje?”
Por aqui, o remédio para os cristãos purgarem as suas almas (purgo, are — “limpar”, “purificar” em Latim) está na confissão dos pecados, no arrependimento genuíno e no pedido de perdão a Deus. Mas, e para quem acha isso uma crendice, tolice ou “mitologia”? Bem, penso que para eles só sobra a confiança (ou sorte) de estarem certos sobre as suas mortes serem os mata-borrões totais de seus espíritos ou delas serem as últimas etapas de suas mortais e temporais existências…
Rezemos e lutemos contra a Era das Fraudes. Devolvamos o Oitavo Círculo para as fragas do Inferno! E que Deus tenha misericórdia deles e de todos nós!